"Ninguém nasce estúpido. Temos apenas de prestar atenção aos bebés e às crianças para vermos que demonstram um desejo e uma capacidade de aprender que, se demonstrada por qualquer adulto, diriamos ser genial. Mas o que acontece a esta capacidade extraordinária para a aprendizagem e ao crescimento intelectual quando começamos a crescer?
O que acontece é que ela é destruída pelo processo a que erradamente chamamos de educação - um processo que acontece em casa e nas escolas. Nós, os adultos, destruímos a maior parte da capacidade criativa e intelectual das crianças através das coisas que lhes fazemos ou das coisas que as forçamos fazer. Destruímos esta capacidade sobretudo ao torná-las receosas, com medo de não fazerem o que outras pessoas querem, de não as satisfazerem, de errarem, de falharem, de se enganarem. Desde modo, criamos nelas o medo de experimentar, de tentar o difícil e o desconhecido.
Destruímos o amor desinteressado (não quero com isto dizer a falta de interesse) que as crianças têm pela aprendizagem - fortíssimo quando são pequenas -, quando as encorajamos a trabalhar para obterem recompensas triviais e desprezíveis - estrelinhas de papel dourado ou testes marcados com 100% que depois penduramos na parede… - ou seja, pela ignóbil satisfação de se sentirem superiores aos outros.
Incentivamo-las a sentir que o objectivo e o propósito de tudo que fazem na escola não é mais do que terem boas notas nos testes ou impressionarem os outros com o que parecem saber. Destruimos não só a curiosidade delas mas o senso de que a curiosidade é algo bom e admirável, de modo que, quando chegam aos dez anos de idade, a maior parte delas já não faz perguntas e demonstra desprezo aos poucos que ainda as fazem."
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