Alguma vez pensaram como é que os bebés aprendiam a controlar as necessidades fisiológicas antes de haver fraldas? Ou como é que aprendem hoje em dia nas regiões onde não há fraldas? Existe um método adoptado por um número crescente de mães, que é semelhante ao usado desde há séculos pelas mães de todo o mundo, o Elimination Communication, em inglês, ou Higiene Natural do Bebê sem (ou com) fraldas.
Com este método, é possível trabalhar quer com *bebés de colo* quer com bebés que já andam, com vista a que não necessitem de fraldas. A altura ideal para começar é entre o nascimento e o início da locomoção (por volta dos 6 meses de idade). Mas também se pode começar com um bebé mais crescido, adaptando algumas das tácticas à criança que já anda.
Não há nenhuma expressão que descreva adequadamente este sistema, incluindo Infant Potty Training (literalmente, treinar o bebé de colo para usar o penico) porque, por um lado, o bebé não consegue sentar-se num penico e, por outro lado, o processo tem mais afinidades com o trabalho de equipa (com o bebé) e com a inter-relação do que com o conceito de treino. Ou seja, é um método baseado na comunicação e na interacção, tendo pouco a ver com o que normalmente chamamos "treino". A comunicação é a chave para estar em contacto com o bebé relativamente às suas necessidades fisiológicas.
A característica mais específica deste método talvez seja o facto de os pais começarem geralmente a trabalhar com o bebé antes de ele conseguir sequer manter-se sentado. Em vez de começarem a informar-se sobre a maneira de ensinar a criança a deixar de usar fraldas quando ela já anda, os pais devem considerar a possibilidade de usar este método durante a gravidez ou as primeiras semanas/meses após o nascimento.
Filosofia
Os bebés são mais inteligentes do que nós pensamos! O grande erro que as pessoas cometem é presumir que um recém-nascido não tem consciência de fazer as necessidades. Partimos do princípio de que um bebé é incapaz de aprender a controlar as necessidades por ser pequeno, não ter coordenação e não andar nem falar. O bebé é tão dependente que se torna difícil para os ocidentais imaginar que um ser tão minúsculo possa ter consciência de fazer xixi e cocó. E é ainda mais difícil para nós acreditar que os bebés tenham algum controlo sobre a eliminação. Com esta concepção estreita e preconceituosa, encorajamos e ensinamos os bebés a não se importarem de fazer as necessidades na fralda. Em suma, ensinamo-los a utilizar a fralda como privada.
Um bebé normal e saudável, na verdade, tem consciência das funções corporais de eliminação e pode aprender a reagir-lhes desde muito pequeno. Ao utilizar fraldas, condicionamos – e portanto ensinamos - o bebé a usá-las. Mais tarde a criança tem de o desaprender, o que poderá confundi-la e constituir uma experiência traumática.
O bebé faz tudo o que pode para nos comunicar a consciência que tem do que se passa, mas se não o ouvirmos deixa de comunicar e gradualmente perde o contacto com as funções de eliminação. Será condicionado a não lhes ligar e a aprender que queremos que use a fralda como banheiro.
Além de ser quase desconhecido, o método da higiene sem (ou com) fraldas a algumas pessoas pode parecer pouco prático. Contudo, salvo relativamente raras excepções, a aprendizagem da higiene sem fraldas é por definição pouco prática seja qual for o modo e o momento escolhidos para a realizar. Se esperarmos que o bebé aprenda sozinho aos 2, 3, 4 anos ou mais, ficamos sujeitos a andar anos a trocar fraldas, com as inerentes limpezas e conflitos.
As fraldas, especialmente as descartáveis, são apenas um meio temporário de resolver a questão. Tentamos "tapar" o sistema de eliminação de resíduos do bebé com fraldas, da mesma forma que estancamos temporariamente uma fuga num cano roto. Quantos pais terão ponderado se esta é a solução mais higiénica para a criança? Quantos pais se preocupam com o impacto ambiental das fraldas? Quantos o fariam se soubessem de uma alternativa à utilização de fraldas a tempo inteiro?
O que é necessário?
Tempo, dedicação e paciência. Se não puder dispor destas qualidades ou arranjar a assistência necessária, este método não é adequado para si nem para o seu bebé.
Mas se este método lhe parece fazer sentido, se lhe soa bem, experimente! Não faz mal nenhum tentar e, se não resultar, pode voltar às fraldas a tempo inteiro.
Quando é que se começa?
A altura ideal para começar vai desde o nascimento até ao início da locomoção (por volta dos 6 meses de idade). Neste período, decorre uma fase de sensibilidade e predisposição para a aprendizagem e os bebés podem com facilidade concentrar-se na comunicação das necessidades de excreção.
Para os pais que não possam começar logo nos primeiros meses de vida do bebé, encontram-se adiante informações adicionais para um início mais tardio [“late-starters”].
Será seguro?
Claro que sim, desde que os pais estejam com o estado de espírito correcto. Têm de estar descontraídos e positivos ao lidar com o bebé. Têm de ter paciência e suavidade, observar e responder a tempo aos sinais do bebé sempre que possível, e dar carinhosamente o apoio necessário enquanto seguram o bebé na posição adequada.
Este método não é punitivo, NÃO inclui castigos, zangas e dominação. Note-se que é diferente do método severo com que nos anos cinquenta se "tirava as fraldas" cedo aos bebés.
Será que resulta mesmo?
Sim, mas não sem esforço nenhum. O êxito não acontece do pé para a mão. É preciso pelo menos um adulto empenhado e vários meses de perseverança para completar a higiene sem fraldas. Logo desde o princípio, há divertidas e entusiasmantes recompensas diárias tanto para o bebé como para quem trata dele. A comunicação do bebé é reconhecida e encorajada. Os pais ficam espantados com o grau de consciência do bebé e empolgados quando ele faz sinal e responde tão fácil e naturalmente.
Como é que sei quando o bebé precisa de fazer
xixi ou cocó?
Pode saber quando o bebé precisa de fazer as necessidades através de pelo menos um dos seguintes aspectos:
- Ritmo (ir olhando para o relógio)
- Sinais e deixas (incluindo a linguagem corporal e as vocalizações)
- Padrões de eliminação (relação com a refeição, o despertar, etc.)
- Intuição e instinto
Vantagens da higiene sem (ou com) fraldas
Os grandes beneficiários são o bebé, os pais e o ambiente. Aqui fica uma lista mais pormenorizada das vantagens da higiene sem (ou com) fraldas:
- Aumenta o apego através da proximidade, da comunicação natural e da paciência amorosa;
- Responde ao ritmo e à comunicação natural do bebé relativamente às suas necessidades fisiológicas;
- Actua directamente no primeiro período de sensibilidade e predisposição para a aprendizagem;
- Ajuda o ambiente ao conservar/poupar árvores, água, petróleo e espaço nos locais de despejo de resíduos;
- Elimina ou reduz drasticamente o uso de fraldas;
- Permite aos bebés atingirem um controle razoável entre os 12 e os 18 meses;
- Dá aos bebés a possibilidade de completar a higiene sem fraldas relativamente cedo (cerca dos 24 meses);
- Liberta os bebés das fraldas e respectivas associações negativas (sensação de peso e volume entre as pernas, químicos como floc-gel, etc.);
- Evita/elimina a enurese (fazer xixi na cama);
- Previne as assaduras;
- Permite o respeito pela higiene do bebé;
- Elimina "acidentes" embaraçosos para os bebés mais crescidos;
- Permite que o pai ou outras pessoas próximas e de confiança criem laços e comuniquem com o bebé;
- Proporciona uma grande poupança em fraldas e lavagem de roupa;
- Mantém o bebé consciente do seu próprio corpo;
- Reduz o risco de infecções urinárias.
Fonte:
http://www.slingando.com/index.php/Higiene-sem-ou-com-fraldas-Elimination-Communication.html
Mais info:
http://www.diaperfreebaby.org/
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