Há um ano que aprendo em casa e posso dizer, com toda a honestidade, que nunca mais olhei para trás. Quando saí da escola estava streessada, infeliz e completamente exausta. Porém, agora, a minha situação é totalmente diferente.
A minha jornada em direcção à liberdade começou há vários anos, quando adoeci com febre glandular (mononucleose infecciosa). Durante meses fui alvo de todas as constipações e gripes que íam aparecendo e os meus professores e colegas habituaram-se às minhas ausências frequentes da escola. Estava sempre cansada, deprimida e cheia de ansiedade.
Naquela altura o ensino doméstico soava-me a algo para prodígios ou não-conformistas. Como não encaixava em nenhum desses grupos pensava que a educação domiciliar não era para mim. Mas algo dentro de mim fez com que eu não perdesse a esperança. Algures, no fundo do meu coração, sabia que tinha de haver outra alternativa. Afinal, a educação deveria ser uma benção. Eu sabia que não devia ser algo que apenas tornava a minha vida num inferno.
À medida que as semanas foram passando o meu desespero foi aumentando mas graças à internet e à comunidade global online comecei a aprender cada vez mais sobre a realidade do ensino doméstico. A comunidade era muito maior do que tinha antecipado - fiquei abismada com a quantidade de pessoas que, tal como eu, não frequentam a escola! Armei-me com informação, troquei inúmeros emails com homeschoolers de todo o mundo e pensei bastante. A escola certamente não estava a melhorar, nem a minha saúde. Mas como poderia uma miúda de 12 anos convencer os pais a deixá-la não frequentar a escola?
Tive muita sorte porque os meus pais têm mentes abertas. Com um certo cepticismo concordaram investigar o assunto. Estavam convencidos que iriam dizer não mas como queriam ser justos resolveram pesquisar esta alternativa educacional. A pesquisa dominou a maior parte das férias do Verão. Consultámos livros, sites na internet e entrámos em contacto com várias organizações. Quase todas as manhãs o carteiro trazia-nos material de organizações (como a EO e a HEAS) e pouco a pouco a atitude dos meus pais começou a mudar. Tal como eu, ficaram surpreendidos com tudo que o ensino doméstico tinha para oferecer e quando chegou a hora da decisão deixaram-me dizer adeus à escola. Com o apoio dos meus pais, estava felicíssima da vida!
Contudo, os meus pais deixaram a decisão final ser minha. Enquanto o meu coração estava desesperado por se libertar da escola, a minha cabeça contemplava as enormes mudanças que o ensino doméstico iria trazer; mas, armada com tantos conhecimentos sobre o mundo fora da escola, acho que não poderia ter voltado para a escola para sempre. Optei pela educação em casa e frequentei a escola durante mais um período antes da despedida final, no Natal.
Adeus escola, olá liberdade!
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