sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Banco Comum do Conhecimento

O BANCO COMUM DE CONHECIMENTOS (BCC) é uma iniciativa que se move num campo de acção colectiva, baseado na transferência de conhecimento e na educação mútua. Um laboratório que pretende experimentar novas formas de produção e aprendizagem com a participação activa das comunidades.

É neste espaço criativo de acção social que se geram políticas de aproveitamento, revalorização e reciclagem dos recursos que cada indivíduo possui.

A configuração de espaços de circulação de informação, fora dos mecanismos e circuitos habituais — que se realizam geralmente através dos meios mediáticos e se transmitem através de fluxos de grande intensidade ou de redes de contactos pessoais muito estreitas — é um processo de criação de conhecimento colectivo que activa a interacção social e que se desenvolve de uma forma transdisciplinar e inovadora, fomentando a coesão social ao mesmo tempo que cobre necessidades que por não terem sido detectadas até agora, não eram objecto de atenção do mecanismo público.

Neste sentido, é necessário criar espaço de acção para os fluxos sem intenção comercial e de elevado nível prático que produzem e agem em conformidade com a sociedade, isto é, adequando os seus meios às necessidades e direitos dos indivíduos que a compõem.

O BANCO COMUM DE CONHECIMENTOS revaloriza, por intermédio de transmissão de informação e de experiências de intercâmbio, uma forma de conhecimento que surge de situações quotidianas, com o objectivo de compartilhá-la e, se possível, melhorá-la colectivamente.

A proposta do BCC é a de combinar a organização de actividades a partir de encontros e reuniões em espaços públicos — onde se materializam as experiências de intercâmbio por meio de workshops, jogos, conversas com peritos, difusão de produções audiovisuais e demos em directo — com a vocação prática de compartilhar informação, ferramentas ou conhecimentos aplicados, que possam tomar forma numa série de manuais de sobrevivência urbana e digital.

Este projecto é uma experiência piloto iniciada por PLATONIQ, um colectivo de produtores culturais e dinamizadores de software com sede em Barcelona desde o ano de 2001. O seu trabalho centra-se na investigação dos possíveis usos sociais da tecnologia e do trabalho em rede, com o objectivo de melhorar estratégias de comunicação, autoformação e organização social. O resultado do seu trabalho gera inovadoras ferramentas e metodologias de investigação colectiva, através de um amplo arquivo audiovisual com licenças livres na internet.


mais informações aqui

Caminhada pela simplicidade voluntária 2010

CAMINHADA pela simplicidade voluntária 2010
Vai-se realizar de 21 de Março a 13 de Abril, entre Viseu e Coimbra, a CAMINHADA pela simplicidade voluntária 2010.

http://caminhada2010.wordpress.com/

A ideia é criar um “espaço” de questionamento da vida moderna e do que realmente nos faz falta, procurar em conjunto novas soluções, e proporcionar a experiência de viver em harmonia com a natureza, ao seu ritmo, num ambiente de convivialidade.

Caminhar para deixar de correr!

Todos podem participar, é ABERTA e gratuita, passando por transportes públicos todos os dias, para que cada um caminhe o tempo que melhor se adapta a si.

Caminharemos com tudo o necessário á nossa sobrevivência, visitando quintas e projectos que partilham um espaço e um espirito connosco, por uma noite.

Por uma vida simples e solidária!

Construamos um novo presente

Acções de Reflorestação Inverno 2010

Reserva da Faia Brava, Algodres, Figueira de Castelo Rodrigo

Fim-de-semana de 26,27 e 28 de Fevereiro
Fim-de-semana de 12,13 e 14 de Março

O Colectivo Germinal e a Associação Transumância e Natureza organizam duas acções de reflorestação nas margens do rio Côa, no Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. O objectivo primeiro é o repovoamento de áreas ardidas e agrícolas abandonadas, promovendo assim a recuperação destes ecossistemas. Haverá também a manutenção de um viveiro florestal e a recolha de sementes


As árvores utilizadas para os repovoamentos são autóctones, como carvalhos (sobreiros, azinheiras, roble, etc.) e freixos, entre outras. As áreas intervencionadas são propriedade da Associação Transumância e Natureza, estando portanto protegidas. Toda a área está inserida num projecto de criação de uma futura reserva natural. Estas acções têm por objectivo criar as condições necessárias para a recuperação de um ecossistema natural, onde espécies da fauna e flora autóctones possam sobreviver e prosperar.

Os acampamentos de voluntários realizam-se de Sexta a Domingo, sendo a Sexta-feira para recepção dos participantes. O ponto de encontro é junto à Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo. A partir daqui asseguramos transporte até ao local do Acampamento e regresso. Durante os três dias da reflorestação garantimos refeições veganas/vegetarianas confeccionadas no acampamento (Pequeno-almoço, Almoço e Jantar).
Necessitas trazer tenda, saco-cama, o teu próprio prato, copo e talher, lanterna, termo, impermeável e roupa quente, botas ou galochas, instrumentos musicais, alegria e boas vibrações!!

Inscrições
Envia um e-mail para colectivogerminal@hotmail.com indicando o fim-de-semana em que pretendes participar, mais nome e telefone e aguarda a nossa confirmação. A Inscrição tem um valor de 3€ a pagar aquando da chegada ao local de acampamento. Indica também donde te deslocas e se podes dar ou proocuras boleia que faremos os possiveís para facilitarmos as viagens.


Se não podes ou não queres participar nestas acções mas pretendes ser informado de próximas actividades, envia-nos um e-mail com teu contacto.

Colectivo Germinal - Associação Cultural
Rua Dr. Pedro Lemos nº 14, R/c 3200-237 LOUSÃ Telefones: 239422927 963605378
infogerminal.blogspot.com colectivogerminal@hotmail.com

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Adopção Internacional avança em Portugal

A primeira agência de adopção internacional já tem autorização para exercer a sua actividade. A autorização foi concedida pelo Ministério da Justiça e do Trabalho e da Solidariedade Social esta segunda-feira* após publicação no Diário da República (Portaria nº 1111/2009).
A Associação Emergência Social, com sede em Lisboa, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPPS) que, desde 1995, trabalha directamente com famílias carenciadas, prestando-lhes todo o tipo de auxílio, tanto material como psicológico.
Silene Gonçalves, uma das fundadoras da associação, explica que o projecto para mediação em adopção internacional já existe há cinco anos e que há um ano que era esperada a publicação em Diário da República para poder arrancar. A instituição chamou-lhe MAI Baby – Mediação de Adopção Internacional.
O próximo passo da associação é retomar os contactos com as embaixadas dos países com os quais já existem contactos informais, que são Angola, Brasil, Bulgária, Colômbia, Etiópia, Índia, Peru e Polónia.
Os casais interessados em adoptar uma criança de um destes países terão de se dirigir ao organismo de Segurança-Social da sua área de residência, como acontece quando o objectivo é a adopção nacional. O processo de avaliação dos casais é exactamente igual nos dois casos. A agência serve de mediação com o país de origem, agilizando os contactos e o processo. Mas são os candidatos a pais que terão de deslocar-se ao país de acolhimento do menor para se conhecerem e trazerem a criança para Portugal.
À PAIS & Filhos, Silene Gonçalves explicou que o início do funcionamanto da agência depende da celeridade com que forem estabelecidos acordos com os países de origem das crianças adoptáveis. Depois, cada país enviará uma lista com as crianças em situação de adoptabilidade. Apesar de ainda haver «muito caminho por desbravar», os casais interessados podem contactar já a agência e colocar as suas dúvidas. A Emergência Social tem uma equipa constituída por juristas, médicos, psicólogos e assistentes sociais.
Até agora, a adopção internacional dependia unicamente da Segurança Social, mas o processo era muito lento. Em 2007, apenas 12 crianças estrangeiras foram adoptadas em Portugal.
A Associação Emergência Social poderá funcionar como agência mediadora de adopção internacional durante dois anos, período que poderá ser renovável a pedido da associação.
Para saber mais sobre adopção internacional, leia o artigo Filhos do mundo.
Para conhecer melhor a Associação Emergência Social, vá ao site oficial.

Andarilhos, não os deixe entrar lá em casa

Andarilhos, aranhas, voadores, andadores. Existem com vários nomes e em diversos tamanhos, mas assemelham-se na forma. Meia dúzia de rodas dispostas em círculo «ajudam» o bebé a manter-se na vertical, antes de estar preparado para essa posição, e a deslocar-se em pé, quando ainda devia estar a tentar gatinhar. Em cima do andarilho, dando balanço com os pés no chão, uma criança pode atingir velocidades de um metro por segundo, movendo-se pelo espaço sem qualquer controlo. A rapidez com que se desloca não permite aos pais, na maior parte dos casos, reagir a tempo de impedir um acidente. Quedas de escadas ou tropeções em desníveis, que fazem o andarilho virar-se ao contrário, levando o bebé bater com a cara ou cabeça no chão, são os acidentes mais frequentes. (…)
Os últimos dados do EHLASS (Sistema Europeu de Vigilância de Acidentes Domésticos e de Lazer, coordenado pelo Instituto do Consumidor) referentes a Portugal, remontam a 1998 e contabilizam 850 acidentes com andarilhos por ano. Estes números referem-se apenas a lesões suficientemente graves para obrigar a recorrer a um serviço de urgência hospitalar. De fora ficam os casos em que a criança é tratada em casa ou levada a outros serviços de saúde. As idades mais afectadas situam-se entre os 6 e os 15 meses. Cerca de metade dos casos correspondem a quedas de escadas. Mais de 60 por cento das crianças acidentadas sofrem traumatismos cranianos.
Canadá exemplo único
Em Abril de 2004, o Canadá tornou-se o primeiro país a proibir os andarilhos. O ministro da Saúde do país anunciou a medida, lembrando «os perigos a que as crianças ficavam expostas com a utilização de andarilhos». (…)
Em Portugal, como noutros países, cabe aos pais evitar os acidentes com os andarilhos. A única solução possível é não comprar, não receber, não usar. A supervisão de um adulto não é suficiente para impedir quedas, queimaduras ou embates. «Em mais de 50 por cento dos acidentes com andarilhos há um adulto por perto. Só que, quando se apercebe, já não tem tempo para reagir», esclarece Helena Cardoso Menezes, presidente da APSI.
(…) «As normas europeias de segurança para os andarilhos referem apenas a largura do arco, que deve ser suficientemente grande para impedir a passagem por certos sítios, e o sistema de travagem, que, no caso de uma roda ficar no ar, deve obrigar as outras a travarem», explica Helena Cardoso Menezes, deixando claro que são medidas insuficientes. «Os andarilhos são, isoladamente, os equipamentos de puericultura que mais acidentes graves provocam na faixa etária entre os 6 e os 15 meses».
Inimigos da marcha
O perigo de acidentes não é o único problema dos andarilhos. «O facto de a criança ficar em pé no andarilho impede-a de rolar, sentar-se ou gatinhar, que são as bases para a aquisição da marcha. Quanto mais praticar estas etapas, mais depressa aprenderá a andar. Além disso, como o bebé anda na ponta dos pés, causa tensão nos músculos das pernas, atrasando o desenvolvimento motor em geral», explica Elsa Rocha, pediatra no Hospital de Faro. «Os andarilhos são um contra-senso, uma vez que são desenhados para pôr a criança numa posição que não é a ideal para o seu desenvolvimento naquele momento», clarifica Elsa Rocha, que também é uma das responsáveis pelo estudo da SPP (Sociedade Portuguesa de Pediatria) sobre andarilhos.
A pediatra reforça ainda a inutilidade dos andarilhos, alertando para os perigos que lhe estão associados: «São completamente contra-indicados. Mesmo que sejam utilizados durante pouco tempo, não fazem bem nenhum. É fundamental alertar os pais. A maior parte não tem noção de que os andarilhos são um objecto perigoso e sem qualquer tipo de vantagem.» (…)
Em Portugal, a recomendação surge até no Boletim de Saúde Infantil e Juvenil: «Os andarilhos (aranhas, voadores) provocam muitos acidentes: quedas, entalões, queimaduras, pancadas na cabeça, e não ajudam a andar, pelo contrário, podem atrasar», lê-se nos conselhos aos pais. Os especialistas recomendam ainda, a quem tiver um andarilho em casa, que, antes de o deitar para o lixo, o destrua até ficar inutilizado, para que ninguém possa mesmo voltar a usá-lo.” 

Texto: Patrícia Lamúrias
Revista IOL Mãe
2007/03/04

As vantagens do Leite Materno

O leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o seu bebé necessita para ser saudável. Contém também determinados elementos que o leite artificial, em pó, não consegue incorporar, como os anticorpos e os glóbulos brancos. É um alimento vivo, irreproduzível. Aí reside a sua principal vantagem: protege o bebé, praticamente como uma vacina, de certas doenças e infecções. Por outro lado, é mais facilmente digerido.
Mas a lista de vantagens não termina aqui: os bebés amamentados sofrem menos cólicas e apresentam menores probabilidades de ter gastroenterites, infecções respiratórias e alergias. O colostro - nome que se dá ao leite nos primeiros dias de vida - é extremamente rico em elementos anti-infecciosos, o que tem particular importância para o bebé que está, sobretudo nos primeiros tempos de vida, imunologicamente «virgem», logo mais vulnerável à acção das bactérias e outros micróbios.
Claro que isto não quer dizer que um bebé alimentado a biberão (sobretudo se a preparação for bem efectuada, com higiene) esteja condenado a infectar-se constantemente. Simplesmente não usufrui dos mesmos benefícios imunológicos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que os bebés sejam amamentados em exclusivo até aos seis meses e depois, pelo menos até aos 2 anos, como complemento. Se essa é a sua opção, resista às dificuldades e não deixe de cumprir o sonho de amamentar o seu bebé. Informe-se, esclareça dúvidas, e não esqueça: dar de mamar é um projecto a dois.
Dúvidas frequentes
O meu leite é suficiente? Na maior parte dos casos, sim. No entanto, para que a mãe não sinta que está a produzir pouco leite, é fundamental começar a dar de mamar o mais cedo possível, de preferência na sala de partos. Quanto mais der de mamar, mais leite vai ter.
E se o meu leite for fraco? Não existe leite fraco!
Quando dar de mamar? Normalmente, o intervalo entre cada mamada é de 3 ou 4 horas. Contudo, o ideal é o bebé poder mamar quando quiser. Não há dois bebés iguais, por isso não se admire se o seu tiver um padrão alimentar completamente diferente do bebé da sua prima. Certifique-se apenas que lhe deu de mamar pelo menos oito vezes em cada 24 horas.
As mamadas devem durar quanto tempo? Não deve haver tempos definidos. Importante é que, uma vez que a composição do leite se vai alterando ao longo da mamada, o bebé consiga esvaziar pelo menos uma mama em cada refeição. O leite do início da mamada é mais aguado e contém a maior parte das proteínas e dos açúcares. O leite do fim é mais rico em calorias, gorduras e vitaminas lipossolúveis. O bebé é que sabe quando fica satisfeito e para isso é importante que tenha ingerido leite suficiente do final da mamada.
E a mamada seguinte? Deve começar por oferecer ao bebé a mama que ficou mais cheia, ou seja aquela que antes ofereceu em segundo lugar e na qual o bebé mamou menos tempo.
Dar de mamar sem stress
Desligue os telefones e não abra a porta. Pode dar de mamar sentada, numa cadeira de braços confortável, ou então deitada na cama. Se gosta de música, ponha um disco e, a partir daí, pense só em si e no bebé.
Dar de mamar pode deixar de ser um prazer se provocar dores e sofrimento, o que acontece se aparecerem gretas, um encaroçamento ou mesmo uma mastite. Por isso, é necessário conseguir que o peito se mantenha em condições. O mais importante é estar atenta à forma como o bebé «pega» na mama, pois disso depende todo o sucesso da amamentação:
Segure no peito com o polegar por cima e os restantes dedos por baixo. Toque com o mamilo no lábio superior do bebé. Quando a boca do bebé estiver bem aberta, coloque todo o mamilo (incluindo a aréola) dentro da boca (deve ficar a ver-se mais aréola acima do lábio superior do que em baixo). Se o mamilo estiver a doer-lhe, repita todo o processo, para que o bebé pegue bem na mama. Para fazer o bebé largar o peito não puxe bruscamente: coloque um dedo entre a boca do bebé e o mamilo.
Se o peito começar a gretar, faça uma pequena massagem antes da mamada e corrija a posição do bebé ao mamar. Depois, espalhe um pouco do seu leite no mamilo e deixe secar ao ar.
O encaroçamento do peito é outra das situações que podem surgir. Acontece quando o leite produzido não é todo consumido, acabando por ficar retido nos canais e formar pequenos caroços. Por vezes, antes de o bebé mamar, é necessário retirar um pouco de leite para que a mama fique mais macia.
Mais raras são as mastites: a mama inflama em consequência de uma infecção bacteriana de um mamilo gretado, provocando um abcesso que por sua vez dá dores, rigidez do peito, febre alta e arrepios. Vá ao seu médico e não desanime: há antibióticos compatíveis com a amamentação. Excepto se o médico disser o contrário, não deixe de dar de mamar, porque o facto de o leite ser retirado pelo bebé, vai proporcionar-lhe um certo alívio.
Em caso de dúvidas, contacte: www.sosamamentacao.org.pt, www.lalecheleague.org/portugal.html, Espaço Amamentação da Maternidade Alfredo da Costa (213184030) ou www.leitematerno.org

Eles vêem, eles fazem

 «Ele irá crescer para ser como a mãe, como a professora, como o treinador de futebol ou como a pessoa agressiva que o conduz todos os dias até à escola? Um dia uma criança pode crescer exactamente igual a si. Torne a sua influência positiva.»

«Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço» é o lema mais ou menos assumido ou mais ou menos inconsciente de muitos pais. Acontece que somos modelos para os nossos filhos até nessa contradição, nesse desencontro entre o que apregoamos e o que praticamos. Não vale a pena dar exemplos. Todos temos alguns lá por casa.
«ChildFriendly Australia» é uma organização que trabalha em parceria com a NAPCAN (Associação Nacional pela Prevenção do Abuso e Negligência Infantil). Segundo esta associação, a sociedade australiana não é childfriendly e o abuso e negligência de que as crianças são vítimas são dos problemas sociais mais graves naquele país.
Em Setembro de 2006, na Semana Nacional de Protecção à Criança lançou a sua primeira campanha intitulada «Children see, children do» (As crianças vêem, as crianças fazem). O anúnico teve um impacto que ultrapassou fronteiras. Ganhou o Leão de Bronze no festival de Cannes em 2007 e continua a passar e a ser mostrado em inúmeras ocasiões em que discute temas relacionados com educação. «Torne a sua influência positiva» é o desafio deixado no final do filme.

Vale a pena ver. E indagar se pelo menos andaremos perto do exemplo que gostaríamos de ser para os nossos filhos.


Encontro Amamentar

Quinta-feira, 28 de Janeiro às 11horas (Lisboa)
Vamos ter um encontro Amamentar - entre mães, Grupo de Apoio à Amamentação
Entrada livre
Para mais informações visite o nosso site infosermae.pt
Telemóvel: 934 234 664/966293836
E-mail: amamentar@infosermae.pt

Babies

Aqui fica o trailer do filme “Babies”. É um documentário que acompanha a vida de 4 crianças desde o nascimento até 1 ano de idade, em diferentes locais da Terra. Só não sei quando estreia em Portugal.

Doulas de Portugal

Deixo aqui uma reportagem sobre o trabalho das Doulas de Portugal

Palestra " Nascer e as suas consequências"

Angeles Hinojosa, nasceu em Alcalá la Real(Jaén). Aos 14 anos muda-se para a Catalunha, onde desenvolve toda a sua trajectória profissional. Os seus estudos como terapeuta-psico-corporal, fisioterapeuta, re-nascedora...somados ao seu interesse incansável pelo mundo do nascimento, levaram-na a criar em 1996 a Associação "Nascimento Feliz" e a criar e promover em 1997 a Plataforma para os direitos para o nascimento" (à qual preside), e que é constituída actualmente por cerca de 30 associações e centros em Espanha e que estão dedicados à transformação do mundo da Saúde Materno Infantil.

Recuperar as memórias da sua chegada ao mundo (através do Renascimento), fizeram-na reflectir sobre o impacto de nascer. Desde então, a sua vida está dedicada exclusivamente ao mundo dos mais pequenos, colocando todo o seu esforço em criar uma "Nova Cultura de Nascimento".Especialista em "Trauma de Nascimento", facilita actualmente workshops desta técnica, a profissionais deste campo e a mulheres grávidas.

Com a Plataforma para os Direitos do Nascimento e como sua representante formou e forma parte da Estratégia de Atenção ao Parto Normal elaborada e apresentada pelo Observatório de Saúde da Mulher, no Ministério de Saúde de Espanha.

"Bem...Quando recuperei pela primeira vez (faz agora 15 anos aproximadamente) a minha memória do nascimento, nada me fazia pensar que a minha vida acabaria tem um único objectivo, colaborar para que a sociedade repense sobre as consequências de vir ao mundo.Desde então que a minha vida fez uma volta de 180 graus. Olhando para trás vejo que o meu objectivo foi sempre o bem estar dos mais pequenos, mas não era para mim tão evidente como agora, estava menos consciente. Agora sei que velar por eles é o meu projecto de vida."

Angeles Hinojosa


 

Investimento:

Palestra: 10 €





Quando? 6ª Feira, 29 de Janeiro às 19,30h
Por uma questão de disponibilidade de espaço, é solicitado a sua inscrição nesta palestra.

Contacto: 96 728 64 10 ou geral@anjocas.com

Local: ANJOCAS, Av. Almirante Reis, 106 – 5D Em Lisboa (Em frente à cervejaria Portugália) Para mais informações e inscrições: 96 728 64 10 ou www.anjocas.com 

Vacas e ovelhas poluem mais do que os carros





por BRUNO ABREU

Apesar do ar inofensivo, vacas, búfalos ou camelos são das maiores ameaças para o ambiente. A produção de carne e as emissões de gases destes animais contribuem em 18% para o aumento do aquecimento global. Mais do que o sector dos transportes (13,5%). A solução passa por mudar a alimentação do gado, mas também a nossa, reduzindo o consumo de carne.

Está a pensar trocar o seu automóvel por um carro de bois para ajudar o ambiente? Esqueça. As vacas são das maiores responsáveis por emissões de gases poluentes para a atmosfera. Ao todo, o sector da criação de gado é o culpado por de 18% das emissões, bem mais do que o dos transportes, responsável por "apenas" 13,5% desta ameaça ao ambiente.

A culpa é do sistema digestivo de ruminantes como as vaca, ovelhas, búfalos ou camelos, mas também de animais como o porco, que funciona como uma pequena fábrica de metano, um gás 20 vezes mais prejudicial para o ambiente do que o dióxido de carbono emitido pelos meios de transporte, que é enviado para a atmosfera pelo estrume e flatulência.

Só estes animais produzem 9% das emissões enviadas para a atmosfera. Os outros 9% vêm dos processos necessários à produção - alterações dos terrenos para uso como pastagens, criação de gado, transporte dos animais e da carne para os talhos.

Para combater o problema dos gases do gado, cientistas por todo o mundo tentam descobrir maneiras de "suavizar" a digestão destes animais.

Desde Janeiro que as vacas de 15 quintas em Vermont, Estados Unidos, têm sido postas à prova com a introdução de uma nova dieta. Em vez das habituais refeições compostas de milho e soja, é-lhes dado alfafa, sementes de linhaça e trevos. Os dados recolhidos até ao mês passado mostram que os níveis de metano enviados para a atmosfera desceram 18%, enquanto a produção de leite se manteve.

A nova dieta é de facto a responsável por esta descida das emissões poluentes: os alimentos dados às vacas são mais fáceis de mastigar e digerir, o que faz com que os animais engulam menos ar ao comer.

Guy Chornier, produtor de iogurtes, notou que as vacas da herdade estão "mais saudáveis", com o "couro mais brilhante e o hálito mais suave". "Suavizar" o hálito das vacas é algo urgente, dizem os cientistas climáticos. As vacas têm no estômago uma bactéria que faz com que arrotem metano, e alguns estudos indicam que cada animal expele uma média de 500 litros deste gás para a atmosfera por ano.

Fazendo uma conta rápida: em Portugal existe um milhão e meio de cabeças de gado.

Se cada vaca envia para a atmosfera 500 litros de metano, temos 750 milhões de litros deste gás na atmosfera todos os anos apenas devido ao gado bovino existente.

Agora é fazer as contas a países como o Brasil (189 milhões de cabeças de gado), Índia (187 milhões) e China (110 milhões), isto referindo apenas os três países com mais gado bovino.

Estes valores são apenas metade dos produzidos pela indústria da carne. Um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) adiciona ainda os gases emitidos durante esta produção.

Para ter uma ideia, para se conseguir um quilo de carne polui-se tanto como conduzir um automóvel citadino durante 250 quilómetros e produz energia suficiente para acender uma lâmpada de 100 watts durante 20 dias.

Esperando-se que a produção de leite e carne duplique nos próximos 30 anos, as Nações Unidas consideram a criação de gado uma das mais sérias ameaças para o clima.

Nos Estados Unidos, a ameaça foi levada muito a sério e já começou o programa "vaca do futuro", que procura reduzir um quarto do total das emissões da indústria da carne até ao fim da próxima década.

Os cientistas estão a tentar de tudo para resolver este problema: começando pela genética - investigando vacas que emitem naturalmente menos metano - até fazer alterações nas próprias bactérias produtoras do gás.


http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1262025&seccao=Biosfera

Consumo de Carne e Impacto Ambiental





O impacto da produção da carne no ambiente é colossal face à produção de vegetais. Em 1997 quando nos EUA, existiam pouco mais de 265 milhões de pessoas (1), no relatório (2) publicado nesse ano pela Universidade de Cornell, afirmava que os EUA podiam alimentar 800 milhões de pessoas com o grão que era dado ao gado. No mesmo relatório afirma-se também que são necessários oito vezes mais combustíveis fósseis para produzir proteína animal do que proteína vegetal e que a primeira é apenas 1,4 vezes mais nutritiva do que a segunda.

A adicionar a este aspecto, a produção de alimentos animais consome volumes muito elevados de recursos hídricos. Num mundo onde actualmente um terço (3) da população não tem acesso a água para as suas necessidades diárias a escassez deste recurso torna-se cada vez maior, à medida que a população aumenta e países como a Austrália (4), Argentina (5), ou estados como a Califórnia (6) se vêem assolados por secas severas. Sendo assim, é necessário gerir melhor este recurso que é a base da vida no nosso planeta. A partir do gráfico ao lado é possível observar a quantidade de água necessária para a produção de um quilograma de diferentes alimentos, com os alimentos animais a dominarem o topo da escala, como os mais consumidores sendo que, um quilograma de carne bovina necessita mais de 700% de água do que um quilograma de feijão de soja.

Embora o consumo de combustíveis fósseis e o consumo de água já sejam factores muito importantes, é importante também ter em conta que, em 25 anos 40% da floresta Amazónica já foi destruída (7), isto para campos para alimentar o gado que é servido à mesa dos países industrializados.

Por fim, é também importante referir o impacto dos gases com efeito de estufa, provenientes das criações animais. Uma vez mais, a pecuária surge no topo da lista, pois a fermentação entérica dos ruminantes dos quais se destacam os bovinos, são os maiores responsáveis pela emissão de metano, gás que, embora em termos de quantidade libertada venha a seguir ao dióxido de carbono, é 21 vezes mais poluente (8).

Em resumo, a fermentação entérica é um processo que decorre na digestão dos ruminantes onde através da fermentação os micróbios tornam o alimento, digerível pelo animal e, é neste processo que é produzido o metano (9).

Note-se ainda que se juntar as emissões dos processos digestivos ao estrume, a pecuária afasta-se ainda mais dos outros responsáveis pela emissão do metano. De forma a ficar com uma ideia mais concreta, e se falarmos do dióxido de carbono, um quilograma de carne de vaca produz tanto dióxido carbono quanto uma viagem de 250km de carro (10).

A indústria pecuária é a actividade que mais contribui para os gases com efeito de estufa, ultrapassando as emissões do sector dos transportes (automóveis, aviões e outros veículos), sendo assim responsável pela emissão de 18% de gases que contribuem para as alterações climáticas (11).

Assim pode verificar-se que a produção de carne produz uma factura ambiental muito grande, através do consumo de combustíveis fósseis, do consumo de recursos hídricos, de solo e ainda é um grande produtor de gases com efeito de estufa. Portanto é responsabilidade de cada um, o Planeta que se quer deixar às gerações futuras.

Talvez por isso é que Lord Stern, antigo economista chefe do Banco Mundial e actual professor na London School of Economics alertou aos leitores do Times, que uma dieta vegetariana é melhor para o ambiente (12).


Referências:
(1) Population Profile of the United States (1997), U. S. Department of Commerce
(2) http://www.news.cornell.edu/releases/aug97/livestock.hrs.html
(3) http://www.who.int/features/factfiles/water/en/index.html
(4) http://www.mdba.gov.au
(5) http://www.bbc.co.uk/weather/world/news/25012009news.shtml
(6) http://www.water.ca.gov/drought/
(7) http://www.prijatelji-zivotinja.hr/index.en.php?id=442
(8) http://pollution.unibuc.ro/?substance=3
(9) http://www.epa.gov/methane/sources.html
(10) http://www.newscientist.com/article/mg19526134.500
(11) Livestock Long Shadow, FAO (2006) - http://www.fao.org/docrep/010/a0701e/a0701e00.HTM
(12) http://www.timesonline.co.uk/tol/news/environment/article6891362.ece

Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida desde que indicando o endereço: http://www.centrovegetariano.org/Article-535.html

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ebooks Grátis

Partilho este blog que encontrei onde são disponibilizados Bio Livros para downoal gratuito.

Leiam muito!

http://bio-livros.blogspot.com

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Partilho convosco um excerto de um livro encontrado numa banquinha em segunda mão, cheio de pó, uma capa antes branca agora só as letras douradas reluziam...Psicologia e Pedagogia! Kafka ilustra de uma forma muito acertada, a meu ver, um dos paradigmas da educação, um calcanhar de aquiles actual e comum, infelizmente.

"Eu não servia para nada. Tu encorajavas-me, por exemplo, quando eu andava a passo e cumprimentava bem, mas eu não era um futuro soldado; ou então encorajavas-me quando conseguia comer copiosamente ou até beber cerveja, quando repetia canções que não compreendia ou repisava as tuas frases favoritas, mas nada de tudo isso pertence ao meu futuro. E é significativo que ainda hoje não me encorajes senão nas coisas que te tocam pessoalmente, quando está em causa o sentimento do teu valor, ou porque eu o firo(por exemplo, pelo meu projecto de amor) ou porque é ferido através de mim (por exemplo quando alguém me insulta)... de que me poderia servir o encorajamento se só aparece quando não se trata de mim em primeiro lugar?"
Está aqui formulada uma queixa( que se encontra em muitas situações familiares conflituais): sob a máscara de liberalismo, o "encorajamento" paterno dissimula uma autoridade baseada na violência. O pai espera do filho que ele execute o que para ele foi previsto. A liberdade dada ao filho é ilusória: este não tem outra saída senão na adaptação ao mundo paterno. Quando os métodos liberais de manipulação fracassam, o pai volta à força física.
" A impossibilidade de ter relações pacíficas contigo teve ainda outra consequência, na verdade bem natural: perdi o uso da palavra... Desde muito cedo me proibiste de tomar a palavra "Nada de Respostas!" - esta ameaça e a mão erguida que a sublinhava desde sempre me acompanharam. Diante de ti - quando se tratava dos teus assuntos, eras um excelente orador - contraí uma maneira de falar sacudida e gaguejante, mas foi ainda de mais para o teu gosto e acabei por me calar, primeiro talvez por desafio, depois porque já não podia pensar nem falar na tua presença. E como tu eras o meu verdadeiro educador, os efeitos fizeram-se sentir durante toda a minha vida.
Se eu tivesse obedecido menos bem, estarias decerto muito mais satisfeito comigo. O teu sistema pedagógico acertou em cheio; não escapei a nenhuma influência; tal como sou, sou o resultado da tua educação e da minha obediência...tu dizias "Nada de respostas", querendo assim levar a calarem-se em mim as forças que te eram desagradáveis, mas o efeito produzido era excessivamente forte, eu era excessivamente obediente."

in, Mannoni, Maud,Psicologia e Pedagogia

Com as devidas ressalvas da época onde se insere e da própria corrente da psicologia emergente, este texto traz à luz um dos grandes conflitos educacionais e onde reside para mim a verdadeira liberdade e também o grande desafio...a capacidade de aceitação do filho como ser individual, não um espelho de ânsias e sonhos parentais, mas sim um ser humano com espaço e apoio para se auto experienciar, sem exigências de um passado não seu...apenas herdado.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Massagem Shantala

Prática milenar na Índia, a Massagem Shantala atravessou continentes e chegou até nós. Ajuda a fortalecer o vínculo entre mãe e filho, mas também a acalmar o bebé, a regularizar o sono e a prevenir cólicas.
Na Índia, é tradição muito antiga massajar os bebés, especialmente no sul, na região de Kerala. Assim, sabe-se que a massagem Shantala é uma prática com origens remotas, que se diz ter raízes na medicina ayurvédica ou Ciência da Vida. Reza a história que a massagem Shantala foi divulgada pelos monges que a levaram junto das populações, sendo usada para manter a saúde equilibrada. Com o passar dos anos, a massagem alargou-se também aos bebés e tornou-se uma tradição que atravessou gerações, sendo transmitida de uma forma natural de mães para filhas, quando estas iniciavam o seu período de gravidez. Se hoje a conhecemos por Shantala, isso deve-se a Frederick Leboyer, obstetra francês, mundialmente conhecido e pioneiro do parto natural.
Técnica do vínculo
Quando, nos anos 70, Leboyer se deslocou à Índia, para trabalhar e aprender novas técnicas relacionadas com a sua actividade, conheceu, em Calcutá, uma jovem indiana, mãe de dois filhos ainda pequenos. Paralítica, esta mulher vivia numa instituição de caridade que a tinha acolhido. Um dia, quando ela massajava tranquilamente um dos filhos, Leboyer ficou impressionado com a simplicidade e o amor com que ela o fazia e o prazer que o seu bebé parecia daí retirar. Foi então que fotografou a sequência completa dessa técnica milenar e, mais tarde, divulgou essas imagens no Ocidente. A jovem mãe, que se chamava Shantala, deu o nome à massagem que hoje chegou até nós.
Leboyer interessou-se pelas vantagens que a massagem trazia ao bebé, não só em termos físicos mas no que toca aos benefícios psicológicos, tudo isto através de um procedimento que ele considerava como uma mistura tipicamente oriental entre a poesia, a técnica e a sabedoria. Quando regressou à Europa, Leboyer adaptou e divulgou a massagem, de forma a introduzi-la na rotina diária das mães e dos bebés ocidentais uma iniciativa que considerou fundamental, dada a sua importância e os imensos benefícios obtidos em vários campos da vida das crianças. Considerou, desde logo, a massagem como uma forma privilegiada de comunicação entre mãe e filho, através da linguagem primal do toque, fazendo-lhes passar afecto e energia. (…)
Texto: Ana Vieira de Castro
Revista PAIS & Filhos
21 Novembro 2009
Podem ler o artigo completo aqui.

E tempo para brincar?

As crianças trabalham hoje 40 a 45 horas semanais. A investigadora Maria José Araújo alerta para esta sobrecarga e as suas consequências no novo livro «Crianças Ocupadas - Como algumas opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos».

Que opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos? São opções dos pais ou do sistema educativo? Estamos a sobrecarregar muito as crianças em função da socialização escolar para resolver problemas que são dos adultos e não das crianças. Não acho que seja preciso arranjar culpados. Temos é de perceber o que andamos a fazer e respeitar o tempo da infância como um tempo que tem de ser vivido em função dos interesses das crianças e não dos problemas dos adultos.  
Diz que as crianças entre os seis e os 12 anos trabalham oito a nove horas diárias. Considera as Actividades Extra-Curriculares (AEC) trabalho? O excesso de trabalho para as crianças não tem directamente a ver com as AEC, embora também tenha. As crianças têm 5 horas de aulas e depois têm os TPC e ainda um conjunto de actividades diversas. Algumas têm também explicações. Não é só na escola. Muitas crianças frequentam imensas actividades no ATL, instituições privadas, ginásios, etc. Tudo somado dá muito trabalho e uma carga horária pesada. Uma das questões que levanto no livro prende-se com os «trabalhos de casa». No ATL muitas crianças têm imensos TPC, algumas chegam a passar uma ou duas horas por dia a fazê-los. Isto significa que o trabalho escolar se prolonga em casa ou no ATL. Para além dos TPC, têm imensas actividades em função da socialização escolar. Se as actividades que as crianças fazem depois do período escolar forem mais aulas, na verdade é mais trabalho para as crianças.  
As AEC tornaram-se mais aulas? Pensa que o conceito está errado, que estão a ser mal aplicadas ou que nem deviam existir? As AEC resultam de uma medida recente. Todas as medidas precisam de um tempo para ser avaliadas. A questão não é se devem ou não existir, porque isso depende das actividades, da forma como são feitas, das próprias crianças e do conceito que os adultos têm do que é ser criança. O que eu digo é que depois de um dia de escola as crianças têm direito a um período de descanso. Têm direito a brincar.
Diz também que os adultos estão a mandar no tempo livre das crianças e que estas precisam de um tempo em que podem escolher o que fazer. Qual seria a solução, tendo em conta que estão na escola e no ATL entre as actividades curriculares e a ida para casa? De uma maneira geral, os adultos acham que as crianças têm tempo livre e que eles têm o direito de o ocupar. Mas o contrário de tempo livre, não é tempo ocupado, como muitas vezes se diz. Porque o tempo pode ser ocupado com liberdade (quando as crianças podem ter uma palavra decisiva na escolha da sua ocupação) e sem liberdade (quando as crianças são vítimas de uma imposição ou escolha a que são totalmente alheias). Para tempo não livre já temos as aulas. Depois das aulas é bom que o tempo livre seja mesmo livre. Não faz sentido prolongar de tal modo as suas obrigações que não lhes deixamos tempo para brincar e descansar. Para serem crianças..
O tempo livremente ocupado, se a criança quer frequentar actividades fora da escola, como natação ou piano, não é uma sobrecarga? Se forem as crianças a escolher, não é tão cansativo. As crianças gostam de fazer actividades, tudo depende da forma como fazem. Algumas das crianças com quem trabalhei e ainda trabalho, referem que frequentam actividades que são escolhidas pelos pais e que assim não têm tempo para brincar.  
Há quem pense que as crianças trabalham pouco e critique a ideia de que tudo deve ser lúdico e que devem aprender a brincar. Há pessoas que ainda não conseguiram perceber a função essencial que a actividade lúdica tem na formação das crianças, no prazer, no bem estar... De uma maneira geral os educadores têm uma informação muito limitada do que significa brincar, acham que é uma actividade secundária. Mas para as crianças é essencial, é uma necessidade e um direito fundamental.
Mas é verdade que precisam de trabalhar para aprender? O esforço é um valor a reabilitar? Também precisam de comer para não enfraquecerem e não as obrigamos a comer demais. Se comem demais, obrigamo-las a fazer dieta. Actividades em função da escola os pais nunca acham que são demais. Há que ter algum bom senso. Perceber que são pequenas e que não aguentam tudo. Reabilitar não é a palavra certa porque as crianças trabalham muito. A falta de trabalho dos alunos relacionada com as aprendizagens escolares é denunciada como uma causa essencial de insucesso. No entanto, os alunos trabalham. Então, o que fazem quando trabalham? Precisamos de perceber melhor o que se passa pois as práticas dos alunos são ainda muito pouco conhecidas, tal como as suas consequências.  
Diz que, a pensar futuro, os adultos estão a hipotecar o presente dos filhos. Será por convicção ou porque não têm opção? De uma maneira geral os pais vivem ansiosos com o futuro das crianças e esquecem-se que elas têm de ter um presente. Têm de ser crianças... Como estão muito preocupados com o futuro acham que se as crianças trabalharem muito vão ter mais sucesso. Mas, na verdade, mesmo considerando que atribuir às crianças mais trabalho é para seu bem, e que mais formação dá sempre mais emprego, o trabalho escolar formal não deveria ter uma carga horária tão ou mais pesada do que a que tem a ocupação laboral para os adultos.  
Pensa que os problemas de comportamento e a indisciplina de que se queixam os professores podem estar relacionados com essa sobrecarga? Pode estar. Há já estudos que mostram isso. Falta de tempo para descansar, excesso de trabalho, stress...  
Esse excesso compromete o relacionamento da criança com o conhecimento? Pode levar a uma saturação em que já não lhe apetece aprender nada? Claro que pode.  
Que alternativa têm os pais que saem de manhã cedo para trabalhar, deixando as crianças no ATL e só voltam a estar com elas ao final da tarde? Que conselhos lhes daria? Os pais sabem bem o que é melhor para os seus filhos. As crianças são todas diferentes. O diálogo entre crianças e adultos, tentando perceber o que uns e outros gostam e querem fazer, é sempre uma opção que promove bem estar. Ouvir as crianças é fundamental.
Qual a distribuição de tempo ideal para uma criança em idade escolar? O
tempo de trabalho lectivo está já regulamentado. Nos nossos tempos de
adultos apressados precisamos de parar para pensar o que andamos a
fazer às crianças. O tempo da infância é um tempo livre prolongado, um
tempo longo para ser vivido. É respeitando os tempos das crianças que
lhes mostramos o quanto com elas nos preocupamos. Se escolarizarmos
precocemente estes seus tempos, se não resistirmos à homogeneização do
tempo livre, se não criarmos uma verdadeira ética do tempo livre, um
tempo que tem de ser vivido e não medido pela sua utilidade, estaremos
a prestar um mau serviço às crianças e, por consequência, a toda a
sociedade.

Nascer a Sorrir

Gostei muito deste texto que li no blog Mamíferas:

Imagine um ser, que nunca foi tocado, que nunca viu a luz, ser recebido de cabeça para baixo, tomar uma palmada no bumbum, cegado por uma luz artificial que serve para que o “dotô” veja melhor as coisas e esfregado por um pano áspero assim que chega a esta Terra?
Não há outra coisa a fazer senão gritar a plenos pulmões e orgulhar os pais que acham que o choro é sinal de vida. Mas não é. É dor, pura dor, como da mulher anestesiada que com um pano azul tem sua barriga cortada. Um choro que clama por respeito. Respeito pelo modo de nascer, sem ser arrancado do ventre, sem receber doses de anestesia, sem ser afastado do universo conhecido que é o braço da mãe. Choro de quem queria ser abraçado e expelir naturalmente o líquido dos pulmões. De quem queria ter tido um braço vivo para segurá-lo com amor e um peito disponível para mamar. O cordão no tempo certo ser cortado e enquanto isso não acontecesse, mamaria.
Nada de tubos nas narinas, colírios para prevenir uma conjuntivite causada por gonorréia e injecção de Vitamina K. No lugar da balança fria, o braço quente da mãe, um pano macio a aquecer o corpo. O quarto escuro, o silêncio bailante com a música que a mãe escolheu para o parto, o cheiro das entranhas, do vernix da pele do bebé. E não há separação por nemhum momento. Do colo da mãe, para o braço do pai. Olhos despertos, sentidos aguçados, para depois dormir o sono dos justos.
Acredito que defender o direito de nascer sorrindo deveria ser nossa segunda luta, que nasce com o direito de parir plenamente. Esta dupla anda junta. Um parto humanizado proporciona ao bebé um nascimento menos traumático, mais humano, pleno de significado.
Se não podemos impedir todos os sofrimentos da vida de nossos filhos, podemos fazer da primeira experiência a menos traumática e mais saudável para ambos. E parir em casa, neste contexto, se torna convidativo. Mais do que o direito de parir naturalmente a escolha pelo meu parto domiciliar surgiu porque queria que meu filho vivenciasse a naturalidade em cada instante. Sem brigar com os protocolos do hospital. E a lembrança de seu semblante sereno e seu cheiro de vida são memórias que guardo como grande vitória no arquivo da minha vida.
E você, se pudesse, como gostaria de nascer? Sorrindo ou chorando?
Texto: Kalu
Mamíferas (Brasil)

As vantagens do Ensino Doméstico

Mais um livro sobre o ensino doméstico e as suas vantagens, especialmente em relação à socialização das crianças:

Well-Adjusted Child: The Social Benefits of Homeschooling por Rachel Gathercole.

Actualmente, a socialização é, muito provavelmente, um dos aspectos mais importantes da educação. Com altas taxas de divórcio (e constantemente a aumentar!), abuso de drogas, violência juvenil, alcoolismo, promiscuidade entre os adolescentes e assim por diante, não nos podemos dar ao luxo de ignorar esta questão.

Agarrarmo-nos à ideia de que o que hoje nós fazemos é o melhor para todas as crianças apenas porque é aquilo a que estamos acostumados é fechar os olhos a outras possibilidades que poderão trazer muito mais felicidade, sucesso, paz e segurança aos nossos filhos.

Numa altura em que as pessoas sentem-se mais desconectadas do que nunca, não nos podemos dar ao luxo de ignorar ou fechar os olhos a uma opção que oferece enormes benefícios, incluindo uma vida social rica, gratificante e saudável, que os nossos filhos bem poderão precisar no futuro. A educação domiciliar oferece enormes vantagens sociais para as crianças, os jovens e os pais. E quando nos apercebermos disto quem irá beneficiar vão ser os nossos filhos.

Fonte

A Estória de Lara

Há um ano que aprendo em casa e posso dizer, com toda a honestidade, que nunca mais olhei para trás. Quando saí da escola estava streessada, infeliz e completamente exausta. Porém, agora, a minha situação é totalmente diferente.

A minha jornada em direcção à liberdade começou há vários anos, quando adoeci com febre glandular (mononucleose infecciosa). Durante meses fui alvo de todas as constipações e gripes que íam aparecendo e os meus professores e colegas habituaram-se às minhas ausências frequentes da escola. Estava sempre cansada, deprimida e cheia de ansiedade.

Naquela altura o ensino doméstico soava-me a algo para prodígios ou não-conformistas. Como não encaixava em nenhum desses grupos pensava que a educação domiciliar não era para mim. Mas algo dentro de mim fez com que eu não perdesse a esperança. Algures, no fundo do meu coração, sabia que tinha de haver outra alternativa. Afinal, a educação deveria ser uma benção. Eu sabia que não devia ser algo que apenas tornava a minha vida num inferno.

À medida que as semanas foram passando o meu desespero foi aumentando mas graças à internet e à comunidade global online comecei a aprender cada vez mais sobre a realidade do ensino doméstico. A comunidade era muito maior do que tinha antecipado - fiquei abismada com a quantidade de pessoas que, tal como eu, não frequentam a escola! Armei-me com informação, troquei inúmeros emails com homeschoolers de todo o mundo e pensei bastante. A escola certamente não estava a melhorar, nem a minha saúde. Mas como poderia uma miúda de 12 anos convencer os pais a deixá-la não frequentar a escola?

Tive muita sorte porque os meus pais têm mentes abertas. Com um certo cepticismo concordaram investigar o assunto. Estavam convencidos que iriam dizer não mas como queriam ser justos resolveram pesquisar esta alternativa educacional. A pesquisa dominou a maior parte das férias do Verão. Consultámos livros, sites na internet e entrámos em contacto com várias organizações. Quase todas as manhãs o carteiro trazia-nos material de organizações (como a EO e a HEAS) e pouco a pouco a atitude dos meus pais começou a mudar. Tal como eu, ficaram surpreendidos com tudo que o ensino doméstico tinha para oferecer e quando chegou a hora da decisão deixaram-me dizer adeus à escola. Com o apoio dos meus pais, estava felicíssima da vida!

Contudo, os meus pais deixaram a decisão final ser minha. Enquanto o meu coração estava desesperado por se libertar da escola, a minha cabeça contemplava as enormes mudanças que o ensino doméstico iria trazer; mas, armada com tantos conhecimentos sobre o mundo fora da escola, acho que não poderia ter voltado para a escola para sempre. Optei pela educação em casa e frequentei a escola durante mais um período antes da despedida final, no Natal.

Adeus escola, olá liberdade!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Bater nas crianças diminui o QI

Especialistas norte-americanos acreditam que o QI das crianças está em progressão, ou seja, são hoje, em média, mais inteligentes do que há algumas gerações. A razão para esse acréscimo pode estar no facto de os castigos corporais serem hoje menos frequentes. Um estudo apresentado esta semana na Conferência Internacional sobre «Violência, Abuso e Trauma», que está a decorrer em San Diego, revelou que os castigos físicos podem fazer com as crianças desçam alguns pontos no seu Quociente de Inteligência (QI).

Quanto maior é a prevalência de pais que usa essa estratégia disciplinar num país, menor é a média nacional do QI, era a conclusão já conhecida de um estudo onde foram analisados dados relativos a 17 mil estudantes universitários de 32 países.

Desta vez, sociólogos da Universidade de New Hempshire, registaram os níveis de QI de 806 crianças com idades entre os dois e os quatro anos e de outro grupo de 104 crianças com idades entre os cinco e os nove anos.

Quando foram analisadas quatro anos depois, as crianças mais novas que não tinham sido castigadas com palmadas e afins registavam, em média, mais cinco pontos no QI do que aquelas que recebiam esse tipo de castigos. No grupo das crianças mais velhas, as que receberam castigos corporais registaram em média menos 2,8 pontos no QI.

Os autores do estudo acrescentam que a frequência com que se bate numa criança também tem influência: quanto mais frequente é o castigo, mais lento é o desenvolvimento mental e cognitivo. Mas mesmo sem regularidade e com pouca frequência, bater terá os seus efeitos no desenvolvimento psíquico e no bem-estar da criança.

O facto de as crianças estarem em situações de stress emocional pode, de facto e segundo os especialistas, alterar a sua actividade neuronal e condicionar o seu desenvolvimento.

Por isso, recomendam formas de disciplina positivas que promovam o auto-controlo e o desenvolvimento mental e social da criança, em vez de a humilharem e de destruirem a sua auto-estima. Além de todos estes danos, os castigos corporais ensinam às crianças que a violência é uma forma aceitável de resolver uma situação.

Fonte : http://www.mae.iol.pt/artigo.php?id=1091716&div_id=3650

Universidade de Cambridge oferece lugar a jovem de 14 anos educado em casa

Tornou-se famoso em 2001 quando, aos 5 anos, obteve as melhores notas nos exames de matemática. Arran diz que a sua ambição é encontrar a solução para a hipótese de Riemann - teoria ainda por resolver sobre padrões de números primos que tem deixado os matemáticos intrigados há 150 anos . Fonte: Aqui (Guardian); mais aqui.

Faz-me lembrar a estória de Ruth Lawrence que, aos 13 anos, obteve uma licenciatura da Universidade de Oxford e um prémio por ter completado a licenciatura em 2 anos. E, ainda mais interessante, pelos menos para nós, defensores do ensino doméstico, é que a adolescente também nunca tinha frequentado a escola: em vez disso, tinha aprendido em casa com o pai (ver aqui). Um prodígio da matemática está para bater o recorde de 237 anos tornando-se o estudante mais novo da Universidade de Cambridge desde William Pitt, primeiro ministro da Grã-Bretanha durante a era napoleónica.

Arran Fernandez, de Surrey, Inglaterra, recebeu a oferta de um lugar depois de passar os exames de entrada para a universidade. Arran tem 14 anos, é educado em casa e já fez os exames do 12º ano de matemática:

"Desde que me lembro, a matemática tem sido a minha disciplina preferida. Gosto do ensino domiciliar porque estou muito mais envolvido e ajudo o meu pai a decidir o currículo."

Tornou-se famoso em 2001 quando, aos 5 anos, obteve as melhores notas nos exames de matemática. Arran diz que a sua ambição é encontrar a solução para a hipótese de Riemann - teoria ainda por resolver sobre padrões de números primos que tem deixado os matemáticos intrigados há 150 anos . Fonte: Aqui (Guardian); mais aqui.

Faz-me lembrar a estória de Ruth Lawrence que, aos 13 anos, obteve uma licenciatura da Universidade de Oxford e um prémio por ter completado a licenciatura em 2 anos. E, ainda mais interessante, pelos menos para nós, defensores do ensino doméstico, é que a adolescente também nunca tinha frequentado a escola: em vez disso, tinha aprendido em casa com o pai (ver aqui).

Manual de libertação adolescente

Em muitos países os jovens sentem-se encurralados e impotentes nas escolas que são obrigados a frequentar. Infelizmente, a maioria parece não estar ciente da possibilidade de aprender fora do sistema de ensino. Apesar de odiarem a rotina escolar acreditam no que lhes foi dito, que sem escola e sem diplomas as suas vidas serão arruinadas. Esta crença, baseada no medo, vem de tempos antigos.
Os pais, em geral, ao ouvirem as queixas dos filhos respondem algo do gênero: "Pois, eu compreendo, também detestava a escola mas infelizmente é o que temos de fazer. Temos de aceitar as coisas como elas são".Teenage Liberation Handbook, escrito por Grace Llewellyn para adolescentes, tem sido muito eficaz em alterar estas crenças negativas e destrutivas. A intenção do livro é ajudar a consciencializar as pessoas sobre as vantagens da aprendizagem natural (aprendizagem autónoma e unschooling).

Original aqui. E, aqui (abre video em inglês), Taliesin, um rapaz de 13 anos que leu o livro, encoraja outros jovens a descobrirem o que mais lhes inspira e entusiasma.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

música faz-nos tão bem!

Percentagens e estudos à parte, partilho este estudo com o objectivo de me relembrar (e a quem sentir voltade também de reavivar a memória) o quão importante é a música para o desenvolvimento de seres felizes e plenos...miúdos ou graúdos.

A participação em atividades musicais aumenta a habilidade da criança para aprender matemática básica e leitura, relatam diferentes pesquisas recentes realizadas nos EUA e Alemanha. Os estudantes que participaram de programas de música obtêm notas significativamente mais altas nos testes padronizados e, ainda, desenvolvem habilidades fundamentais para uma vida bem sucedida, como por exemplo, autodisciplina, capacidade para trabalhar em grupo e facilidade para a resolução de problemas.Um grupo de pesquisadores da Universidade de Munster, Alemanha, observou que o fato de ter aulas de música na infância, aumenta o tamanho do cérebro. A área cerebral que se utiliza para analisar o tom de uma nota musical, por exemplo, é 25% maior nos músicos, em comparação com as de pessoas que nunca tocaram um instrumento. As descobertas indicam que a área cerebral aumenta com a prática e a experiência, pois, quanto mais jovens eram os músicos quando iniciaram o aprendizado musical, maior é essa área em seus cérebros.

Um outro grupo de pesquisadores que estuda a ligação entre música e a inteligência informa que, em crianças,o aprendizado musical supera a instrução de informática no que se refere ao estímulo das habilidades de raciocínio matemático e ciências.

Essas descobertas foram publicadas na edição de fevereiro de 1997 da revista Neurological Research, e são o resultado de dois anos de experiências em crianças em idade pré-escolar, dirigidas pela psicóloga Dra. Frances Rauscher, da Universidade de Wiscosin em Oshkosh, e pelo físico Dr. Gordon Shaw, da Universidade da Califórnia, em Irvine, EUA. Seus estudos revolucionários indicam a forma pela qual a música pode aumentar a habilidade de raciocínio espacial. Esses pesquisadores dedicaram um tempo em comparar os efeitos do treinamento musical e não-musical no desenvolvimento intelectual.

A experiência incluiu três grupos de crianças em idade pré-escolar. Um grupo recebeu aulas particulares de piano e aulas de canto; um segundo grupo, recebeu lições de informática; o terceiro grupo, não recebeu treinamento algum. Aquelas crianças que passaram pelo treino de piano obtiveram resultados 34% mais altos nos testes que mediam as habilidades "têmporo-espaciais", em comparação com os outros grupos. "Têmporo-espacial" é a capacidade de raciocínio proporcional, necessário aos estudos como: proporções, frações e pensamento no espaço e no tempo. Isto comprova que a música, por si mesma, aumenta as funções cerebrais superiores exigidas para o aprendizado de matemática, xadrez e engenharia.As implicações destes e de outros estudos que vêm sendo realizados podem mudar a forma como os educadores consideram o currículo escolar atualmente, incluindo o estudo da música no cotidiano, que alimenta o intelecto e produz melhorias duradouras. Cientistas argumentam que, se mais administradores escolares estivessem sintonizados com as pesquisas sobre o cérebro, não apenas os currículos mudariam, mas matérias como língua estrangeira e geometria seriam ministradas às crianças mais novas; música e ginástica seriam requisitos diários; palestras, trabalhos escritos e memorização dirigida seriam substituídas por materiais participativos, arte dramática e trabalho em projetos.

Algumas escolas, como as da linha da Pedagogia Waldorf ja reconhecem isso desde sua idealização ocorrida pelo fiulósofo alemão Rudolf Steiner há cerca de um século. Os alunos iniciam diariamente suas aulas com a prática em conjunto de flauta doce, que contribui também para harmonização do grupo da sala de aula. Utilizam também as formas geométricas para crianças antes mesmo do foco na alfabetização, como forma de preparar a coordenação motora fina para o traçado das letras. A arte dramática inicia-se cedo, com as mais variadas linguagens. A partir do segundo ano, por exemplo, as crianças recebem um verso no início do ano, que terão que declamar para toda a classe uma vez por semana. As artes dramáticas vão evoluindo, onde no oitavo ano, os alunos se preparam por todo o ano para uma apresentação para toda a comunidade escolar de uma peça teatral muito bem estruturada, digna de ser apresentada em qualquer casa de espetáculos culturais. A música e a arte permeiam todo o ensino do currículo pedagógico Waldorf e são a própria base para o desenvolvimento cognitivo e de caráter do aluno.
"A música é um instrumento educacional mais potente que qualquer outro",
disse certa vez Platão. Agora os cientistas sabem o porquê. A música,
acreditam eles, treina o cérebro para formas superiores de raciocínio.

fonte

testemunho de uma mãe - educação intuitiva

Mara Nunes é psicopedagoga, tem 30 anos e uma filha com 15 meses. Já seguia alguns dos princípios da Educação Intuitiva profissionalmente. Agora aplica-os na aventura de educar a sua filha.

Já antes de engravidar já me interessava muito pela área da educação, pela vertente profissional. Mas procurava alargar conhecimentos e conhecer novas abordagens. Encontrei muitas visões diferentes da forma convencional de educar, da forma como a maioria de nós, pais, teremos sido educados.

Com a minha filha, comecei a tomar uma série de opções que eram instintivas para mim. Só depois conheci a Educação Intuitiva e percebi que se enquadrava nas opções que eu já fazia. Até aí achava que era uma visão pessoal, todas as pessoas à minha volta questionavam as minhas escolhas, como o parto em casa para respeitar mais o bebé e os seus ritmos, como pôr a minha a filha a dormir comigo, ou andar sempre com ela ao colo, no pano, ou ainda, hoje, continuar a dar-lhe de mamar.

Não sabia que havia um nome para tudo isso e grupos de pais que se juntavam para trocar experiências. Achei que fazia todo o sentido participar.
Penso que os pais hoje estão muito perdidos entre a forma ideal de educar e aquilo que conseguem, de facto, fazer. Por isso, estes grupos são muito úteis. Porque o mais difícil, neste processo, é lidar com as pressões exteriores.

A minha filha é bastante autónoma
Logo para começar, o parto foi muito respeitado e cada vez acho mais que o nascimento é a base de muito do que acontece ao longo da vida. Há coisas que têm explicação muito mais atrás do que nós imaginamos. Isso é logo um dos princípios da educação intuitiva.

Depois é tudo muito natural e ao ritmo dela. Até aos 12 meses, os sólidos foram sendo introduzidos muito devagar, só à medida que ela procurava. Foi alimentada sobretudo com leite materno. As pessoas achavam que ela ia ficar doente, que depois não ia querer comer.
Quando saio com ela para fazer caminhadas ou para ir às compras vai sempre no pano, desde as seis semanas de vida. Nunca usei o carrinho.

Hoje come praticamente tudo, adora comer, come sozinha com a sua colher. Para quem pensa que as crianças ficam muito dependentes, só posso dizer que a minha filha é uma criança normal, mas talvez mais autónoma do que é a média. Quando me dizem «Está muito agarrada a ti», eu respondo, «Claro, só pode estar a agarrada a mim, passa o dia comigo. A quem é que havia de estar agarrada?»

É isso que eu quero, que ela crie um vínculo grande e forte comigo. Quando se for afastando, ganhando autonomia sei que vai estar forte e segura. Esse é o instinto de todos os pais, mas pro razões culturais e pela forma como está estruturada a nossa sociedade, virada para o trabalho e ppara as questões económicas à frente de todas as outras, vamos contrariando isso e arranjando formas alternativas que agora defendemos como as melhores.

A minha filha já vai buscar o bacio sozinha de manhã e está a deixar as fraldas. Nunca teve cólicas. Nunca esteve doente, nem mesmo quando os dentes romperam. Está sempre bem disposta.

É precisa muita disponibilidade para estabelecer limites de forma inequívoca
Agora está a começar a querer fazer valer a vontade dela. Pela Disciplina Positiva, outro princípio da Educação Intuitiva, vamos procurar estabelecer limites, mas explicando-lhe o porquê desses limites e fazendo-a ver o que acontece quando não os respeita. Trata-se de envolvê-la de criar conhecimento com ela.

É um método que eu já usava no meu trabalho com crianças. Claro que com os nossos filhos é mais difícil. Claro que vai haver conflitos, mas acredito que esta é a melhor forma de educar. Vai haver birras, vai insistir em coisas que não são as que eu quero. Mas nós, pais, estamos lá para mostrar quais são os limites e para mostrá-lo sem margem para dúvidas, sem incoerências.
É difícil, é preciso muita experiência e auto-controlo. Há sempre limites, muito bem estabelecidos, não se pense que a criança anda à deriva a fazer o que lhe apetece a cada momento. Simplesmente evitamos o Não constante e os castigos.

Sei, por experiência, que a Discipina Positiva não leva a crianças mimadas e que não respeitam os outros. Tem o efeito precisamente contrário. O facto de participarem na criação de regras, não quer dizer que as vão transgredir mais, pelo contrário.

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