Entrevista com Verena Schmid, fundadora da Escola Elementar da Arte de Partejar em Itália, defensora acérrima do parto em casa.
Quais são os verdadeiros riscos de um parto em casa?
Todas as mulheres saudáveis podem ter um parto em casa. As evidências científicas actuais dizem que as mulheres grávidas saudáveis devem ser afastadas dos grandes hospitais e ser vigiadas através de cuidados básicos. Porque o processo fisiológico normal é seguro. Interromper este processo é que é um risco. Claro que a parteira tem de estar atenta aos sinais de risco e se a mulher precisar de cuidados médicos deverá ser transferida para o hospital, mas o parto em casa é seguro. Claro que não assisto uma mulher que tem diabetes, hipertensão ou outro problema de saúde, ou que não sente que tem as capacidades necessárias. Mas essas são muito poucas.
Se um casal estiver indeciso entre ter um filho em casa ou não, como pode aconselhá-lo?
Acredito numa decisão informada, claro. Mas, primeiro, pergunto qual a motivação. Por que querem um parto em casa? É importante que a motivação não seja uma ideia abstracta de um parto romântico, mas que seja baseada numa experiência de parto que eles sintam ser adequada para si e para o seu filho, porque estão confiantes no corpo. Depois, informo-os da forma como um parto em casa se processa. Em relação à segurança, existe muita investigação e posso aconselhá-los a ler os estudos que comparam o parto em casa com o parto no hospital em mulheres saudáveis. Todos concluem que o parto em casa é tão ou mais seguro do que o parto no hospital do ponto de vista da taxa de mortalidade. Mas é preciso ter consciência de que às vezes o bebé pode morrer, seja no hospital ou em casa. Por isso, o parto nunca é completamente seguro. Mas, neste aspecto, não é diferente ser em casa ou no hospital. Muitos médicos não concordam com esta abordagem e dizem que o parto em casa é perigoso, porque sentem que não podem controlar. Eles precisam de controlar a mulher. Para nós, as parteiras, é mais importante que a mulher se controle a si própria, que possa sentir o seu corpo, o seu bebé e usar a sua intuição. E isto é um factor de segurança.
Entrevista completa AQUI
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