segunda-feira, 18 de julho de 2011

Não-Escola, o que é isto?

O movimento não-escola



Não-escola (unschooling) é um termo criado pelo escritor e educador John Holt. É, na sua essência, equivalente à aprendizagem autónoma - uma aprendizagem natural, orgânica, eclética, motivada pelos interesses intrínsecos e dirigida pelas próprias crianças e jovens.

O termo não-escola é geralmente usado para qualquer tipo de educação que não segue um currículo fixo, mesmo que não seja completamente autónoma. Na prática, existem vários graus de autonomia.

Uma possível diferença entre os dois termos poderá ser que, enquanto não-escola se refere à prática da aprendizagem autónoma feita a partir de casa, com os pais como facilitadores, a aprendizagem autónoma pode ter lugar dentro de contextos mais institucionais como, por exemplo, em escolas democráticas.

Pat Farenga, um dos líderes do movimento da não-escola nos E.U., define a não-escola como "permitir aos filhos tanta liberdade de aprender quanto os pais consigam confortavelmente dar". Uma vantagem da não-escola é que não exige que os pais assumam um papel diferente, ou seja, o papel do professor profissional que, seguindo o seu plano, enche os miúdos de conhecimentos.

Em vez disso, vivem e aprendem juntos, procurando respostas a perguntas que surgem no decorrer do dia e seguindo os interesses que vão surgindo naturalmente, utilizando métodos mais convencionais caso o queiram fazer. Esta é a forma como aprendemos antes de irmos para a escola e quando saímos dela e entramos no mundo do trabalho.

Assim, por exemplo, uma criança interessada em carrinhos pode querer saber como é que os motores funcionam (ciência), quando é que os carros começaram a ser construídos (história), quem inventou o carro (biografia), etc. Estes interesses podem levar à leitura de livros relacionados, a projectos ou até a cursos, mas a principal diferença é que estas actividades são escolhidas pela criança e feitas de livre vontade. Não foram impostas, mesmo que os pais mais activos influenciem e orientem as suas escolhas.

A não-escola, por falta de um termo melhor (até as pessoas começarem a aceitar a vida como parte integral da aprendizagem), é a forma natural de aprender. No entanto, isto não significa que não se tenham aulas tradicionais ou que não se utilizem matérias curriculares quando os miúdos, eles mesmos ou juntamente com os pais, decidem que é isso que querem fazer.

Embora aprender a ler ou a fazer equações quadráticas não sejam processos "naturais", as crianças e jovens que seguem a abordagem da não-escola aprendem tudo isso e muito mais quando lhes faz sentido fazê-lo, e não por terem atingido determinada idade ou por serem obrigadas a fazê-lo por uma autoridade arbitrária.

Assim, não é incomum encontrar crianças a estudar astronomia antes dos oito anos ou crianças a aprender a ler depois dos dez. Na prática, o método não-escola é, no Reino Unido, o método mais popular do ensino doméstico (e é encorajado pela associação nacional do ensino doméstico Education Otherwise. Há também um grande movimento não-escola nos E.U., apoiado pela revista Crescer Sem Escola, de John Holt.


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