O ensino e a aprendizagem são essenciais para a modernidade. Isso não está em questão. Mas a frequência obrigatória é uma ideia muito problemática, tal como sua prática. Este conceito precisa de ser submetido a um debate público. E temos de começar com as palavras "educação obrigatória". Filosoficamente, "educação" é a mais elevada das palavras que implicam a transmissão deliberada de informação de uma pessoa a outra, numa lista de palavras que inclui também "formação", "instrução", "escolaridade", "doutrinação", etc.
Primeiro, os dois componentes de "educação obrigatória" são mutuamente contraditórios, um oximoro. Poderíamos dizer, como Hobhouse em Rousseau, que:
"Na medida em que é educacional,
não pode ser obrigatório;
E na medida em que é obrigatório,
não pode ser educacional"E na medida em que é obrigatório,
Sim, poderíamos dizer o mesmo. No entanto, o caso a favor ou contra a compulsão talvez deva ser governado pela definição usada. Nos últimos anos, duas definições principais têm sido usadas no meio acadêmico em geral.
Para R.S. Peters, ex-decano de filosofia da educação, a educação é a busca do conhecimento para fins intrínsecos feita num espírito de livre vontade e dentro de uma perspectiva cognitiva aberta. Então esta definição não suporta a prática da compulsão. (...)
Podemos talvez preferir uma definição de educação essencialmente moral. Podemos vê-la como a busca do bem. Esta visão é tão antiga (como a outra) - remonta a Platão - e historicamente é mais comum. Actualmente é a preferida de John White, social-democrata liberal. Atrai concerteza sociedades modernas ameaçadas pelo crime e pela inutilidade moral e intelectual de tantos pais.
No entanto, esta abordagem também se afunda: podemos obrigar alguém a buscar o bem? Se eu te aprisionar talvez possa fazer com que não faças certas coisas, mas poderei alguma vez obrigar-te a optar pela virtude?
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