"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."
(Carlos Drummond de Andrade)
Desapareci durante estes entretantos talvez por me ter deixado entristecer pelas fileiras de crianças sem sorrisos, pelo empacotamento abrupto de se Ser humano em detrimento de normas e necessidades sociais de todos menos de quem realmente importa. Sinto-me sufocada nesta ânsia de penetrar nesta máquina que se gere e não quer nem vai parar. O sistema de ensino chamado convencional, por muito que haja até ideias e valores e pessoas válidas, está profundamente errado. Quero assim voltar aqui, narcer de novo, desnascer e pensar um outro mundo...que ainda acredito possível.
Este ano vim parar, sem escudo, protecção ou noçao a uma escola como tantas outras que parasitam por aí. Sou animadora, assim me chamam e, sob essa alçada entro e saio de todas as salas, conheço todas as crianças, brinco no intervalo, confidencio na hora de almoço e leio estórias em sala de aula. E angustio. Desumanizo-me a cada dia pela dificuldade atroz de expressão desta geração entupida de tudo, com uma necessidade de se rebelarem contra algo que já nem sabem o que é. Mas não é local para divagações, ou é, mas não o farei agora.
"Estou começando a suspeitar de todos os sistemas de educação especiais e elaborados. Eles parecem-me serem construídos sobre o pressuposto de que cada criança é uma espécie de idiota que tem de ser ensinada a pensar. Na verdade, se as crianças forem entregues a si próprias, pensarão mais e melhor, se bem que de uma maneira menos teatral.
Deixem-nas ir e vir livremente, deixem-nas tocar coisas reais, deixem que elas próprias combinem suas impressões, em vez de sentá-las dentro de salas de aula em mesinhas redondas, enquanto um professor de voz doce sugere que construam paredes de pedra com blocos de madeira, façam arco-íris com tiras de papel colorido ou plantem árvores de palha em vasos de flores.
Este tipo de ensino enche a mente com associações artificiais que têm de ser eliminadas, antes das crianças poderem desenvolver ideias independentes a partir de experiências no mundo real. " - Anne Sullivan
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